Ler: dever ou prazer?
* Por Janaína Estramaço
Fim das férias e novos assuntos começam a fazer parte da rotina dos alunos: gramática, ortografia, geografia, história, enfim, todo o conteúdo programático. É certo que todos esses assuntos, entre outros, fazem parte do processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. Mas, se considerarmos a principal participação da escola e também da família nesse processo, chegaremos à conclusão de que toda área de conhecimento perpassa por um único caminho: a leitura.
Como educadores, sempre olhamos com cuidado o desenvolvimento dos alunos. E não apenas no que se refere às atividades curriculares, tampouco à ortografia ou caligrafia, mas, sim, na aproximação curiosa e afetiva que os alunos estabelecem com o universo da leitura.
Este é um assunto que há muito tempo incomoda os professores, sobretudo os de língua portuguesa, pois nos vemos na obrigação de fazê-los amar os livros. Tarefa árdua, já que tantas vezes os livros são vistos como instrumentos de penitência.
Não encontramos ainda a fórmula que propicia um amor incondicional pela leitura, mas já descobrimos que, muitas vezes, inconscientemente, induzimos nossos alunos, ou até nossos filhos, a não gostarem de ler.
Isso se dá quando ocultamos os livros, quando permitimos que eles fiquem fora do nosso alcance e dos nossos hábitos; quando tratamos a leitura como algo chato, menos interessante que a televisão ou a internet; quando não incluímos livrarias, bienais e bibliotecas em nossos passeios; quando vamos ao shopping e apenas as vitrines de moda são nossos alvos.
A tarefa de mostrar que a leitura é um exercício prazeroso não está apenas no âmbito escolar, mas também nos lares. É um dever de todos ampliar as fronteiras, a fim de que novas gerações descubram, por si só, o quanto pode ser fantástica essa operação cognitiva que mudou o curso da história da humanidade: a leitura.